Passaram-se apenas três anos desde a fundação da Semana dos Realizadores, em 2009. Mesmo assim, percebemos felizes que já podemos olhar para trás e termos a certeza de que um caminho está sendo seguido, e que ao segui-lo algo vem sendo construído. Surgida do anseio urgente de um grupo de cineastas e curadores, desde sua criação a Semana deixava claro seus princípios. O principal deles sempre foi o de acreditar na importância de dar visibilidade a uma série de filmes que acreditávamos especiais, e que muitas vezes não vinham sendo absorvidos pelo circuito estabelecido de festivais, sofrendo de uma injusta invisibilidade.
Nesse curto espaço de tempo, se fez notável o forte amadurecimento da produção mais autoral no Brasil, e sua gradual absorção pelos eventos de maior porte. Essa passagem de uma série de nomes que sempre exibiram seus filmes conosco para competições de grandes eventos de cinema sempre foi um dos desejos de atuação da Semana, assim como da série de festivais irmanados em alma com ela que hoje existem no Brasil. É um prazer ajudar a lançar foco sobre alguns nomes que consideramos decisivos no cinema nacional atual – e de sempre, no caso dos filmes de grandes mestres que nos dão a honra de compor a programação.
E o próprio aumento dessa aceitação a filmes que talvez há quatro ou cinco anos atrás fossem recusados nos festivais “maiores” nos permite apostar ainda mais em novos realizadores que surgem ou antigos que ainda muito nos desafiam, mantendo assim nossos braços (ou asas) sempre abertos em direção ao que nos intriga, fascina e surpreende. Nesse processo, o mais importante é agradecermos imensamente a todos os cineastas e produtores que investiram na Semana dos Realizadores ao longo desses anos, nos permitindo exibir suas obras e trazendo suas ideias para participar de debates conosco. Sejam eles jovens cineastas ainda pouco conhecidos, sejam nomes em rápido processo de reconhecimento no Brasil e no mundo, sejam ainda grandes mestres como Julio Bressane ou Paulo Cezar Saraceni, a Semana não existe sem a parceria com os artistas que exibe, e que sempre foram os primeiros a acreditar nela.